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CAMPANHA DA FRATERNIDADE - 2017

Os novos ventos inspirados pelo Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si, dão o tom profético da nova Campanha da Fraternidade da igreja católica: “Cultivar e Guardar a Criação” (Gn 2,15). Esse desafio emblemático, retirado do livro de gênesis, norteia a campanha desse ano cujo tema é “Fraternidade: Biomas brasileiros e Defesa da Vida”.
A Campanha da Fraternidade da CNBB, mais uma vez, traz a questão ambiental à tona. No ano anterior, com o lema “Casa Comum”, o saneamento ambiental foi posto à prova como um dos maiores desafios desse século. Esse ano, colocando um pouco mais o dedo na ferida, a CF populariza o conceito científico de bioma e propõe uma atitude ainda mais ousada diante do ser humano. É como se a CF desse ano aprofundasse a do ano anterior e propusesse um olhar para dentro da casa, reconhecendo as características de cada um dos seus cômodos, para identificar o lugar do homem na sociedade e no ambiente em que vive.
No lançamento oficial da campanha em São José do Rio Preto, o biólogo e professor Francisco Langero diz que o Estado de São Paulo abriga dois importantes biomas brasileiros: o cerrado e a mata atlântica. E chama atenção para as ações de preservação não somente da fauna e da flora, como também da vida das populações indígenas, quilombolas, ribeirinhas e sertanejas que povoam a região.
Dom Tomé surpreendeu o plenário da câmara lotado com os fiéis da igreja cobrando o desenvolvimento de uma nova cultura de responsabilidade com o meio ambiente das pessoas e de preservação do patrimônio ambiental por parte do poder público.
Dom Tomé cobrou ainda a presença e compromisso dos deputados do PSDB, da base de governo de Alckmin na assembleia, frente a ameaça de entrega da área da estação ecológica do IPA para o desenvolvimento de empreendimentos de natureza econômica pela iniciativa privada que podem comprometer seriamente a preservação de um dos poucos remanescentes de mata atlântica da região.
Trata-se de uma Campanha da Fraternidade, sem dúvida nenhuma, importante, oportuna e necessária. Oxalá a sociedade rio-pretense se deixe tocar por esse espirito renovador da criação e seja capaz de olhar para dentro de si própria e reconhecer a sua responsabilidade frente a natureza e a vida, em especial onde está mais ameaçada, no lugar onde vivem as mais pequenos e frágeis criaturas de Deus.
Celso Barreiro, 09/03/2017
 
 

10 de março de 2017