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MULHERES NA LUTA

As mulheres são a maioria entre as pessoas desempregadas, as que ocupam os empregos mais precários e informais e sem carteira assinada. Ainda assim querem mudar a Constituição restringindo o acesso aos direitos previdenciários das mulheres em geral, das mulheres negras e das mulheres do campo, das professoras e trabalhadoras domésticas (que só há pouco tempo começaram a ter direitos trabalhistas).
É mentira que não tem dinheiro para pagar as aposentadorias. Tem muita propaganda do governo falando que existe um rombo na previdência, mas isso é mentira. Se falta dinheiro, é por falha na arrecadação porque tem muitas empresas devendo para o governo. Além disso, o dinheiro está sendo desviado para outras coisas.
Nós mulheres somos as principais responsáveis pelo trabalho doméstico e de cuidados: somando o trabalho remunerado e o trabalho doméstico não remunerado trabalhamos 55,1 horas por semana, enquanto os homens trabalham 50,5 (IBGE 2015). Além disso, pela responsabilidade com os cuidados de crianças e também de idosos, entramos e saímos mais vezes do mercado de trabalho e ocupamos a maioria dos cargos de trabalho precário e informal.
A situação da maioria de nós é que ao longo de nossas vidas ficamos alguns períodos sem contribuir para a previdência, mesmo trabalhando. É por isso que a maioria se aposenta por idade. A cada 100 mulheres aposentadas na cidade, 66 se aposentou por idade.
Queremos uma Previdência Social que seja pública, universal e solidária! Isso significa reconhecer direitos de aposentadoria para todas as pessoas, porque todas contribuem com a economia. Queremos que a aposentadoria digna seja garantida pelo Estado como um direito. A previdência precisa ser solidária e redistribuir a riqueza produzida entre toda a população sem que a raça, o gênero e a classe determinem que algumas poucas vidas valham mais do que a maioria.

08 de março de 2019